quarta-feira, 13 de abril de 2016

Exprimir sentimentos

[Adenda ao post anterior]

Que fique claro que sou a favor da expressão de opiniões! Aliás, irrita-me bastante esta coisa de parecer que não temos voz e depois pelas costas uns dos outros... ui, ui...

Muitas vezes somos dominados pelo medo da reacção do outro. O medo consome, destrói se a nossa opinião for assertiva só traz benefícios promovendo o diálogo e a partilha de ideias e fazendo com se evolua.

Fica a frase do Pápa Francisco: "Não murmuremos dos outros pelas costas, mas digamos-lhes abertamente o que pensamos."


Sinitralidade rodoviária em Portugal Continental

"A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária apresentou os valores provisórios da sinistralidade rodoviária em Portugal Continental. Durante o ano de 2014, ocorreram, em média, uma vítima mortal e seis feridos graves por DIA... "

Opiniões todos temos e todos temos o direito a "opiniar", devíamos também ter o dever de ter pensamento crítico quando opinamos. Só que a maioria das vezes somos completamente ilógicos e irracionais, gerimos a informação muito mal, extremamos posições, fazemos generalizações abusivas, quando nenhuma posição é extrema, é sempre, sempre equilibrada, ou deveria ser. Temos o dever cívico de ter um pensamento crítico e transmitir isso aos nossos filhos.

UMA PESSOA MORREU POR DIA EM 2014 VÍTIMA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS E 6 FICARAM GRAVEMENTE FERIDAS!

Qualquer pessoa que conduz em algum momento colocou a sua vida em perigo e os demais ao ter um comportamento de risco, ao não cumprir com o código da estrada. Cada vez que conduzimos devíamos ter em consideração a assimetria de poder que possuímos, temos um poder destrutivo enorme, perante quem está mais vulnerável, no entanto as minhas amigas espantam-se e ficam até envergonhadas quando barafusto com um condutor por ele não parar numa passadeira, por ir em excesso de velocidade, etc. E aqui está a irracioanalidade, quem anda de carro, consciente que deveria estar do poder que tem, deveria respeitar os mais vulneráveis e ter essa responsabilidade muito presente, tal como o risco que corre ao fazê-lo, porque em 2014 uma pessoa morreu por dia em acidentes rodoviários, uma pessoa! Por isso não me lixem, quando me criticam pelo o meu filho de 6 anos andar de bicicleta na estrada. Será que o estou a colocar mais em risco do que se colocar no carro? Lá está, nada é preto ou branco, mau ou bom, a favor ou contra... É preciso é termos abertura, visão para vermos os dois pratos da balança antes de tomar posições extremas.

Para aqueles que me conhecem à mais tempo sabem que já fui uma pessoa de tomar posições extremas, hoje em dia trabalho para ser uma pessoa muito mais equilibrada e ponderada e acreditem só muito mais feliz agora, a vida é muito mais doce assim, uma vida em que me permito mudar de opinião, descobrir novas coisa, aceitar as minhas imperfeições e as dos outros. Em suma: vá lá, malta antes de apontarem o dedo, pensem um bocadinho...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Diferenças de género


Considero-me uma pessoa que defende a igualdade de género, acredito verdadeiramente que as pessoas devem ser livres de escolher, de decidir aquilo que desejam independentemente de serem mulheres ou homens. Luto mesmo por isto! Por isso, quando me vêem com a aquela história, do "mãe é mãe", do "mãe é só uma", fico sempre com um bocadinho de comichão, porque o mesmo se pode aplicar ao pai.

Mas, é um facto: só nós mulheres ficamos grávidas, só nos os sentimos na nosso útero e somos nós que os trazemos a esta vida. E talvez só nós mulheres fiquemos com o coração verdadeiramente apertado, quando eles não são convidados para um aniversário de um coleguinha, ou quando são os últimos a chegar numa corrida, ou quando choram por ficar na escola, etc.

Posto isto, porque raio nós mães não somos mais unidas, mais solidárias umas com as outras?

Os dias em que os miúdos têm natação são uma loucura, eu pareço uma louca sempre descabelada, a correr com coisas a saltar dos sacos, o Henrique pendurado em mim, enquanto os dispo, visto e lhes dou ordens para se despacharem que a aula já começou. Quando a aula acaba, são os duches, o vestir, secar o cabelo, enfim um caos. Ora, nesta confusão os miúdos por várias vezes deram banho, literalmente banho, a outras mães, avós e quem esteja por perto, porque deixam escapar o sacana do chuveiro e banho a toda a gente, inclusive a mim... E pronto, está o caldo entornado, mães que olham para mim como se eu tivesse acabado de lhes roubar algo ou pior, mães que dizem entre dentes "Não metem mão nos filhos e depois é isto", avós que ficam indignadas pois tinham ido ao cabeleireiro precisamente naquele dia. Ou seja, não se pode dizer que tenha um clube de fãs e nem o facto de ter três filhos lindos, sendo um deles um bebé que se ri para toda gente e o mais fofo que existe me safa... Por isso os dias de natação tornaram-se ainda mais difíceis.

Com as férias do Natal tivemos uma pausa forçada de cerca de três semanas, nestas semanas imaginei as outras mães, felizes e aliviadas porque nós não estávamos, imaginei que naqueles balneários reinava a paz, o silêncio e os risos alegres... E essas mães com uma ausência tão grande certamente estariam a especular que nós não regressaríamos. Eu confesso, que pensei infinitamente nesta possibilidade, seria muito mais fácil para mim mas, depois coloquei-me no outro lado e consegui perceber que a frequência com que os tais banhos estavam a acontecer não era aceitável... Então, decidi que os meus filhos estavam proibidos de tocar no "sacana" do chuveiro e que o meu único objectivo seria que passassem apenas o corpo por água e já estava o banho tomado e mais importante que isso, eu iria encarar as minhas inimigas de frente...

O que fiz foi do fundo da minha alma e com todo o sentimento, desejei bom ano aquelas mães. Nesse instante, senti que estávamos ligadas que ambas tínhamos cedido e percebido que afinal somos só mães e que muitas vezes estamos cansadas, exaustas e que, se pelo menos nos sentirmos compreendidas e apoiadas somos capazes de tudo!